quinta-feira, 30 de junho de 2011





PRIMEIRAS MISSAS NO ES, na ordem de baixo para cima!




quinta-feira, 23 de junho de 2011

HOMILIA NA SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO – CORPUS CHRISTI – 23/06/11

IGREJA SÃO SEBASTIÃO – BELMONTE/BA
Caríssimos irmãos e irmãs, na presente Solenidade que celebramos rezemos com Santo Tomás de Aquino (digamos juntos – lentamente e contemplando palavra por palavra) “ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação repleto de toda suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer , como na antiga Lei, [o antigo Testamento], mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?”.
Pois bem, celebramos nesta quinta-feira a solenidade de “Corpus Christi” este precioso e admirável banquete como rezamos com Santo Tomás. De tradição antiquíssima, esta festa, comemorada de modo solene e pública, manifesta a centralidade da Santa Eucaristia, sacramento do Corpo e Sangue de Cristo: o mistério instituído na última Ceia e comemorado todos os anos na Quinta-Feira, após a solenidade da Santíssima Trindade. Por ela vibra o louvor em nossos corações, dado que termina o velho e dá-se início ao novo. No sacrifício de agora Jesus é o Sacerdote e a vítima, não mais só uma oferta da vítima, mas um autoofertar-se do Filho de Deus que se dá para ser comido: “tomai todos e comei, isto é o meu Corpo”, não é só uma oferta, mas um banquete, uma refeição que objetiva saciar nossa fome de paz, de justiça, de amor, enfim, de misericórdia infinita que jorra do Coração da vítima. É um tempo na celebração da fé!
Há, na presente solenidade uma tríplice eucarística: a instituição da Eucaristia, o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães. No centro, está a instituição da Eucaristia. No domingo último nosso olhar fora atraído pelo mistério da Santíssima Trindade, nosso Deus manifesto em Três Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo; e hoje somos interpelados a fixar-nos na Hóstia Sagrada, nosso alimento, nossa Eucaristia. É o mesmo Deus, o mesmo Amor, lá e aqui. Como ouvimos na 1ª leitura Paulo evoca este sublime acontecimento acrescentando: "Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha" (1 Cor 11, 26). "Sempre", portanto também nesta tarde, ao celebrarmos a Eucaristia, anunciamos a morte redentora de Cristo e reavivamos no nosso coração a esperança do encontro definitivo com Ele, e conscientes disto, após a consagração, como que respondendo ao convite do Apóstolo, proclamamos: "Anunciamos a vossa morte, Senhor, proclamamos a vossa ressurreição, enquanto aguardamos a vossa vinda".
Nosso olhar também estende-se a outro componente da tríplice: o sacrifício de Melquisedec "sacerdote do Deus altíssimo", o qual abençoou Abrão e "ofereceu pão e vinho" (Gn 14, 18). Por este sacrifício, com referência o Salmo 109, se atribui ao Rei-Messias um caráter sacerdotal particular por direto desígnio de Deus: "Tu és sacerdote para sempre / segundo a ordem de Melquisedec" (v. 4). E ao mesmo caráter, renovado no Sumo e Eterno Sacerdote Jesus, é que somos, os padres frei Denilson e eu, também configurados. Assim, ao repetirmos as palavras de Jesus, ditas na Última Ceia, não somos nós, mas o próprio Jesus que vos fala diretamente: isto é meu Corpo, tomai todos e comei e isto é meu Sangue, tomai todos e bebei! Ao impormos nossas mãos sobre o pão e vinho, não é mais pão e nem mais vinho, mas pelo milagre da Transubstanciação, o próprio Corpo e Sangue de Jesus, para isso nossas mãos foram ungidas! Eis a necessidade de rezarmos sempre pelos Sacerdotes!
Fixemos ainda nosso olhar na narração evangélica da multiplicação dos pães que completa a tríplice desta liturgia, proposta à nossa atenção. Trata-se dum milagre admirável, que constitui como que o início de um longo processo histórico: o inalterável multiplicar-se na Igreja do Pão da vida nova para os homens de toda a raça e cultura. Este ministério sacramental foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores, que no nosso tempo bem como no vindouro, fiéis à recomendação do divino Mestre, não cessam de partir e de distribuir o Pão eucarístico de geração em geração. O Povo de Deus o recebemos com devota participação. Deste Pão de vida, remédio de imortalidade, nutriram-se inúmeros santos e mártires, extraindo dele a força para resistir também a duras e prolongadas tribulações. Eles acreditaram nas palavras que um dia Jesus pronunciou em Cafarnaum: "Eu sou o pão vivo, descido do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente" (Jo 6, 51).
Após contemplar a intensa tríplice eucarística, constituída pelas Leituras que ouvimos, fixemos agora os olhos do espírito diretamente no mistério. Jesus define-Se "o Pão da vida", e acrescenta: "O pão que hei de dar é a minha carne pela vida do mundo" (Jo 6, 51). Mistério da nossa salvação! Cristo único Senhor ontem, hoje e sempre quis unir a sua presença salvífica no mundo e na história ao sacramento da Eucaristia. Quis fazer-Se pão partido, para que todo o homem pudesse nutrir-se da sua própria vida, mediante a participação no Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue.
Assim como os discípulos, que escutaram admirados o seu discurso em Cafarnaum, também nós percebemos que esta linguagem não é fácil de ser entendida (cf. Jo 6, 60). Poderíamos às vezes ser tentados a dar-lhe uma interpretação relativa. Mas isto levar-nos-ia para longe de Cristo, como aconteceu para aqueles discípulos que "a partir de então já não andavam com Ele" (Jo 6, 66).
Seja para nós, a festa de Corpus Christi, ocasião para crescermos na atenção concreta aos irmãos mais pobres, necessitados de Jesus, o Pão da Vida, mas também do pão de cada dia, como rezamos no Pai Nosso. Obtenha-nos esta graça a Virgem Maria, Senhora do Carmo, ela que foi Tabernáculo vivo da Santíssima Eucaristia!
Fui Ungido Sacerdote para subir ao altar do Senhor!

HOMILIA NA SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR – 05/06/2011

PRIMEIRA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PRESIDIDA PELO PE. FR. ANTONIEL DE ALMEIDA PEÇANHA,MsS
SÃO SALVADOR – PRESIDENTE KENNEDY-ES
Pe. Juliano R. Almeida
Clero Diocesano de Cachoeiro de Itapemirim-ES
Irmãos e irmãs
A Igreja nos convida hoje a celebrar a solenidade da ascensão do Senhor Jesus, isto é, a sua subida gloriosa ao céu depois de se mostrar com seu corpo ressuscitado aos discípulos até quarenta dias depois da Páscoa. Já no dia da ressurreição, no jardim do sepulcro, ele disse a Maria Madalena: “Não me toques, pois ainda não subi ao Pai” (Jo 20,17).
A meta da vida de Jesus era subir ao Pai, voltar ao seio da Santíssima Trindade, reocupar o seu trono à sua direita, reassumir a sua glória eterna, da qual havia se esvaziado para descer à terra e salvar-nos pela humilhação da cruz. Santo Agostinho ensina: “O Senhor Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu. [...] Isto foi dito para significar a unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo”.
O autor Carta aos Efésios nos diz a mesma coisa: o Pai pôs tudo debaixo dos pés de Jesus “e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (1,22). Na ascensão, Jesus assume o seu lugar de Cabeça deste corpo que somos nós. Assim como a cabeça está acima do corpo e o comanda, assim Jesus já está glorificado à direita do Pai e de lá nos chefia.
Nesta liturgia da palavra, aparece várias vezes o tema do poder e da autoridade. Em At, quando Jesus fala aos discípulos sobre o poder que será derramado sobre eles dentro de poucos dias, eles pensam que Jesus estava falando de dar um golpe político e assumir o poder no país, retomando o trono de Salomão e a monarquia desaparecida tantos séculos antes por causa das invasões dos estrangeiros. Jesus então lhes explica: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas”.
No Evangelho narrado por Mateus, Jesus diz aos apóstolos, ao subir ao céu: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Lucas já havia nos dito que, no episódio da tentação de Jesus no deserto, o diabo o levou a um alto monte e lhe disse: “Eu te darei este poder com a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e eu a dou a quem quiser” (Lc 4,6). Ora, se o poder no mundo tinha sido dado ao diabo, então quer dizer que, pelo mistério pascal, Jesus reassumiu o poder, retomou a autoridade que o diabo tinha até então. Por isso os discípulos não precisam ter medo com a partida de Jesus. Ele não vai deixar o mundo como o encontrou na sua primeira vinda. Agora tudo está diferente! O diabo não manda mais aqui, como antes. Jesus reconquistou o poder e ainda entregou esse poder aos discípulos. Para completar, afirma: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). A Carta aos Efésios ainda diz que o Pai fez Jesus se sentar “bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar” (1,21).
Os apóstolos receberam todos os poderes que Jesus tinha na terra em seu ministério: o poder de pregar a boa nova ao Reino, de curar todo tipo de mal e enfermidade, de expulsar os espíritos maus, de ressuscitar os mortos, de perdoar os pecados e de governar o povo eleito. O Senhor compartilha com seus servos os seus poderes. O Mestre compartilha com seus discípulos a sua autoridade. E garante que vai estar com eles, que eles não precisam temer.
Anteontem, a Igreja católica ganhou mais um sacerdote, o nosso amigo pe. Antoniel. Ele, depois de um longo período de formação, discernimento e preparação pastoral, foi ordenado presbítero, recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem: fez solenemente as promessas de viver como um separado do meio dos homens para o serviço exclusivo de Cristo na Igreja, no estado celibatário por amor ao Reino dos céus; recebeu a imposição das mãos do sucessor dos apóstolos, o bispo, e dos demais sacerdotes presentes; teve as mãos ungidas com o Crisma; recebeu a patena e o cálice para a celebração da Santa Missa; recebeu a autorização para ouvir o povo em confissão e ministrar a absolvição sacramental, celebrar a Unção dos enfermos e várias outras ações na Pessoa de Cristo Sumo Sacerdote. E pe. Antoniel será enviado a desempenhar muitas atividades na Igreja, para a glorificação de Deus e a salvação das almas.
O sacerdócio existe para que os fiéis possam também, já agora, experimentar uma “ascensão” como a de Jesus. Pelo Sacerdócio, o povo cristão se eleva, mediante a Palavra de Deus e o ensino da Igreja, pelo poder dos sacramentos e com a ajuda dos sacramentais. Sem o padre, a Igreja definharia. São João Maria Vianney afirmava que se um lugar ficasse sem a presença de um padre, em 20 anos o povo certamente começaria a adorar os animais. Porque o padre torna presente na terra o céu, santifica as almas e possibilita à humanidade realizar os seus mais profundos anseios de Deus.