terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É NATAL...


É Natal.
Tempo de fé.
Felicidade nos corações humanos.
Esperança de dias melhores.
Inspirações de amor.
Família reunida.
União cristã.
Encontros acontecendo.
Festa preparada.
Estrela brilhando,
Cristo nascendo.
Tempo preparado, para vê-lo chegar.
Céu aplaudindo.
Caminhos se abrindo.
Vida florindo.
Mundo sorrindo.
Fraternidade se manifestando.
Gente perdoando.
Mãos se juntando.
Humanidade agradecendo.
Tudo é prece.
E momento de paz.
Ele veio para nos salvar...
Por isto
É Natal!

Maria Neuza Kneip
Presente no torneio de futebol promovido pela Paróquia Santa Isabel, 06/11.


Tocando a cruz da JMJ quando passou por Eunápolis, 14/12.


Casa paroquial de Belmonte, onde morei 1 ano e meio, no ano de 2011, fui o Prior! Aí iniciei meu ministério sacerdotal!


Presidindo a festa de Santa Terezinha, na Ponta de Areia, Belmonte, 01/10/11


Beleza natural de Belmonte. O sol estava forte!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MINHA VIDA EM IMAGENS

Meus confrades de noviciado até o presbiterado, Frei Romão, José e Sidônio. Todos os passos dados juntos!
Meus irmãos no sacerdócio, padres Wildson e Vanderley, companheiros do 2º ao 4º ano de Teologia no SMMEB. São diocesanos!
Alguns dos sobrinhos em momento família na minha casa no ES!
Minha saudosa mãe num dos vários momentos de descontração com um dos netos!
Com sobrinhos no Santuário de Nossa Senhora das Neves,ES em 2010!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

INTROIBO AD ALTARE DEI

“Introibo ad altare Dei” (subirei ao altar do Senhor), este é o lema que elegi para minhas ordenações diaconal e presbiteral. Um lema é uma ideia expressa por uma frase que serve de guia ou de motivação para uma pessoa por alguma razão especial e particular. Subir ao altar do Senhor significa ser eleito por Ele, lugar privilegiado da comunhão, da fraternidade, de pertença à família de Deus. Há alguma razão que possa nos dar mais alegria que isso? Com certeza não!
O padre é aquele que, vestindo-se nobre e dignamente, indica a grandeza e a nobreza do que vai ser celebrado na missa, torna-se um Alter Christus (outro Cristo), apontando-O como o Todo-poderoso, vencedor da morte, Rei do Universo, Senhor dos senhores, Rei dos reis.
Este padre que no Altar, se imola com o Cristo, e não age por si, mas com e pela Igreja, não pode celebrar o santo sacrifício da missa sem estola, pois sem esta é um padre sem o poder sacerdotal investido por Cristo a ele conferido pela Santa Igreja. Assim, quando se reveste da estola, deve rezar em silêncio, cantando com o salmista: “subirei ao altar de Deus, de Deus que alegra a minha juventude” (Sl 42,4).
A alegria de subir ao altar é incomensurável, dado que o espaço físico pode estar destruído, mas basta um sacerdote para que, lá, aconteça o maior milagre da Graça, para que Deus Se faça real e substancialmente presente. Mesmo em meio às ruínas. Mesmo estando tudo destruído, é possível subir ao altar de Deus, que é a nossa alegria. Ali diante do Altar do Senhor, todos os dias, somos convocados a participar da Eucaristia e a difundir a incontida alegria do encontro que se traduz na partilha, no acolhimento e no entusiasmo; consequentemente, a alegre experiência do encontro com Cristo, o louvor e a exultação que brotam do fundo de nosso coração não podem permanecer ocultos. O Amor que brota da Sagrada Eucaristia estrutura a comunidade e a faz participar da gratuidade, da generosidade, da abertura ao ser humano.
Na Eucaristia ouvimos, “felizes os convidados para ceia do Senhor...”, o grande banquete servido no altar pelo próprio Jesus, sendo Ele mesmo este banquete, pelo qual fortalecidos pelos gestos de oração e de serviço percebemos que o Rei dos reis nos convida, pois Ele deseja que em Seu Altar saibamos celebrar, solenizar, entoar, proclamar, salmodiar e cantar todas as maravilhas que Ele opera em nosso ser.
Pela reta participação na Eucaristia, recebemos os grandes frutos da mesma que nos fazem clamar juntos com São Francisco de Assis: “Exulte o céu quando no Altar, nas mãos do sacerdote, está o Cristo, o Filho do Deus-Vivo. Ó, admirável elevação e designação maravilhosa! Ó, sublimidade humilde, que o Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, assim se humilha a ponto de esconder-se, para a nossa salvação, em pouca aparência de pão!”.
O padre, pelo sacerdócio ministerial que lhe é conferido pela Igreja e não por seu merecimento, se entrega, se imola, se doa integralmente, toma a cruz. Tomar a cruz significa comprometer-se com Cristo para derrotar o pecado que impede o caminho rumo a Deus, acolher cotidianamente a vontade do Senhor, aumentar a fé, sobretudo diante dos problemas, das dificuldades, do sofrimento.
Por estas e inúmeras outras razões é que com muita alegria e gratidão poderei cantar sempre, “Introibo ad altare Dei”!

HOMILIA NA FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus inicia-se na própria Sagrada Escritura. O coração é o meio mais lógico para falar do infinito amor de Deus por você. Este amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus. Tal devoção de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Lá temos o consolo pela dor da véspera de sua morte, aqui, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.
Estes dois exemplos do evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito em 1675 a Santa Margarida Maria Alacoque:
"Eis este coração que tanto tem amado os homens... não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças...
Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o meu coração, comungando neste dia e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares; e prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada."
O Beato João Paulo II sempre cultivou esta devoção, e a incentivava a todos que desejassem crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou: "Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o ministério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja."
O aspecto do mistério da salvação que celebramos hoje não é muito diferente do que celebramos há uns dez dias atrás, o domingo da Trindade. "Deus é amor", repete São João, como um refrão, na segunda leitura da missa de hoje. Estas três palavras resumem todo o mistério da união do Pai a seu Filho no seu Espírito comum. Resumem também todo o mistério das relações entre Deus e a humanidade.
Já no AT, o povo hebreu havia percebido como era amado de modo particular por Deus e permanecia fascinado pela gratuidade deste amor, em primeiro lugar, e em seguida, pela fidelidade de Deus a este amor a despeito de todas as infidelidades de seu povo.
São João era fascinado pelo fato de que Deus nos amou primeiro e nos manifestou seu amor enviando-nos seu Filho único a fim de que por ele, tivéssemos a vida em plenitude. Mas isto não lhe era suficiente. Ele tira também daí as consequências para nossa vida de todos os dias, utilizando uma lógica muito simples e sem erro: já que Deus nos amou, devemos não somente amá-lo, mas também amar-nos uns aos outros. E, sempre na mesma lógica, continua: Deus é amor, aquele que PERMANECE no amor, isto é, aquele que PERSISTE no amor, que RESIDE no amor, que é FIEL como o próprio Deus é fiel, esta pessoa permanece em Deus e Deus permanece nela. Esta pessoa é introduzida pelo amor no próprio mistério da vida da Trindade.
Quem quer que ame verdadeiramente sabe que o amor é exigente. O Livro do Deuteronômio enuncia pela boca de Moisés a importância de guardar as ordens, os mandamentos e os decretos prescritos por Deus ou em nome de Deus, uma vez que esta obediência é percebida como uma expressão de amor e de fidelidade. Jesus, no Evangelho, não é menos exigente. É para aqueles que desejam andar em seu seguimento, isto é, tornar-se seus discípulos e viver segundo seu ensinamento, que ele revela os segredos do Pai que permanecem ocultos aos sábios e entendidos. Ele próprio se apresenta como doce e humilde de coração.
O coração é concebido em todas as culturas como o lugar onde residem os sentimentos, a afetividade, o amor. Eis porque, a partir já da Idade Média, místicos como Gertrudes, Catarina de Siena, Matilde, Margarida Alacoque, João Eudes, desenvolvem uma devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que não é uma devoção a um órgão físico, mas ao amor divino vivido pelo Deus feito homem. Se esta devoção pôde conhecer em certas épocas expressões talvez mais românticas e sentimentais, como dão testemunho uma vasta coleção de imagens piedosas de gosto duvidoso, esta devoção é essencialmente, na sua intuição primeira, a contemplação do amor de Deus para nós encarnado em Jesus de Nazaré.
Uma vez que ele tanto nos amou, amemo-nos, pois uns aos outros com o mesmo amor exigente, prontos a ir até o dom de nós mesmos e ao dom de nossa vida.
Jesus, manso e humilde de coração! Fazei o nosso coração semelhante ao vosso!

quinta-feira, 30 de junho de 2011





PRIMEIRAS MISSAS NO ES, na ordem de baixo para cima!




quinta-feira, 23 de junho de 2011

HOMILIA NA SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO – CORPUS CHRISTI – 23/06/11

IGREJA SÃO SEBASTIÃO – BELMONTE/BA
Caríssimos irmãos e irmãs, na presente Solenidade que celebramos rezemos com Santo Tomás de Aquino (digamos juntos – lentamente e contemplando palavra por palavra) “ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação repleto de toda suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer , como na antiga Lei, [o antigo Testamento], mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?”.
Pois bem, celebramos nesta quinta-feira a solenidade de “Corpus Christi” este precioso e admirável banquete como rezamos com Santo Tomás. De tradição antiquíssima, esta festa, comemorada de modo solene e pública, manifesta a centralidade da Santa Eucaristia, sacramento do Corpo e Sangue de Cristo: o mistério instituído na última Ceia e comemorado todos os anos na Quinta-Feira, após a solenidade da Santíssima Trindade. Por ela vibra o louvor em nossos corações, dado que termina o velho e dá-se início ao novo. No sacrifício de agora Jesus é o Sacerdote e a vítima, não mais só uma oferta da vítima, mas um autoofertar-se do Filho de Deus que se dá para ser comido: “tomai todos e comei, isto é o meu Corpo”, não é só uma oferta, mas um banquete, uma refeição que objetiva saciar nossa fome de paz, de justiça, de amor, enfim, de misericórdia infinita que jorra do Coração da vítima. É um tempo na celebração da fé!
Há, na presente solenidade uma tríplice eucarística: a instituição da Eucaristia, o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães. No centro, está a instituição da Eucaristia. No domingo último nosso olhar fora atraído pelo mistério da Santíssima Trindade, nosso Deus manifesto em Três Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo; e hoje somos interpelados a fixar-nos na Hóstia Sagrada, nosso alimento, nossa Eucaristia. É o mesmo Deus, o mesmo Amor, lá e aqui. Como ouvimos na 1ª leitura Paulo evoca este sublime acontecimento acrescentando: "Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha" (1 Cor 11, 26). "Sempre", portanto também nesta tarde, ao celebrarmos a Eucaristia, anunciamos a morte redentora de Cristo e reavivamos no nosso coração a esperança do encontro definitivo com Ele, e conscientes disto, após a consagração, como que respondendo ao convite do Apóstolo, proclamamos: "Anunciamos a vossa morte, Senhor, proclamamos a vossa ressurreição, enquanto aguardamos a vossa vinda".
Nosso olhar também estende-se a outro componente da tríplice: o sacrifício de Melquisedec "sacerdote do Deus altíssimo", o qual abençoou Abrão e "ofereceu pão e vinho" (Gn 14, 18). Por este sacrifício, com referência o Salmo 109, se atribui ao Rei-Messias um caráter sacerdotal particular por direto desígnio de Deus: "Tu és sacerdote para sempre / segundo a ordem de Melquisedec" (v. 4). E ao mesmo caráter, renovado no Sumo e Eterno Sacerdote Jesus, é que somos, os padres frei Denilson e eu, também configurados. Assim, ao repetirmos as palavras de Jesus, ditas na Última Ceia, não somos nós, mas o próprio Jesus que vos fala diretamente: isto é meu Corpo, tomai todos e comei e isto é meu Sangue, tomai todos e bebei! Ao impormos nossas mãos sobre o pão e vinho, não é mais pão e nem mais vinho, mas pelo milagre da Transubstanciação, o próprio Corpo e Sangue de Jesus, para isso nossas mãos foram ungidas! Eis a necessidade de rezarmos sempre pelos Sacerdotes!
Fixemos ainda nosso olhar na narração evangélica da multiplicação dos pães que completa a tríplice desta liturgia, proposta à nossa atenção. Trata-se dum milagre admirável, que constitui como que o início de um longo processo histórico: o inalterável multiplicar-se na Igreja do Pão da vida nova para os homens de toda a raça e cultura. Este ministério sacramental foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores, que no nosso tempo bem como no vindouro, fiéis à recomendação do divino Mestre, não cessam de partir e de distribuir o Pão eucarístico de geração em geração. O Povo de Deus o recebemos com devota participação. Deste Pão de vida, remédio de imortalidade, nutriram-se inúmeros santos e mártires, extraindo dele a força para resistir também a duras e prolongadas tribulações. Eles acreditaram nas palavras que um dia Jesus pronunciou em Cafarnaum: "Eu sou o pão vivo, descido do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente" (Jo 6, 51).
Após contemplar a intensa tríplice eucarística, constituída pelas Leituras que ouvimos, fixemos agora os olhos do espírito diretamente no mistério. Jesus define-Se "o Pão da vida", e acrescenta: "O pão que hei de dar é a minha carne pela vida do mundo" (Jo 6, 51). Mistério da nossa salvação! Cristo único Senhor ontem, hoje e sempre quis unir a sua presença salvífica no mundo e na história ao sacramento da Eucaristia. Quis fazer-Se pão partido, para que todo o homem pudesse nutrir-se da sua própria vida, mediante a participação no Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue.
Assim como os discípulos, que escutaram admirados o seu discurso em Cafarnaum, também nós percebemos que esta linguagem não é fácil de ser entendida (cf. Jo 6, 60). Poderíamos às vezes ser tentados a dar-lhe uma interpretação relativa. Mas isto levar-nos-ia para longe de Cristo, como aconteceu para aqueles discípulos que "a partir de então já não andavam com Ele" (Jo 6, 66).
Seja para nós, a festa de Corpus Christi, ocasião para crescermos na atenção concreta aos irmãos mais pobres, necessitados de Jesus, o Pão da Vida, mas também do pão de cada dia, como rezamos no Pai Nosso. Obtenha-nos esta graça a Virgem Maria, Senhora do Carmo, ela que foi Tabernáculo vivo da Santíssima Eucaristia!
Fui Ungido Sacerdote para subir ao altar do Senhor!

HOMILIA NA SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR – 05/06/2011

PRIMEIRA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PRESIDIDA PELO PE. FR. ANTONIEL DE ALMEIDA PEÇANHA,MsS
SÃO SALVADOR – PRESIDENTE KENNEDY-ES
Pe. Juliano R. Almeida
Clero Diocesano de Cachoeiro de Itapemirim-ES
Irmãos e irmãs
A Igreja nos convida hoje a celebrar a solenidade da ascensão do Senhor Jesus, isto é, a sua subida gloriosa ao céu depois de se mostrar com seu corpo ressuscitado aos discípulos até quarenta dias depois da Páscoa. Já no dia da ressurreição, no jardim do sepulcro, ele disse a Maria Madalena: “Não me toques, pois ainda não subi ao Pai” (Jo 20,17).
A meta da vida de Jesus era subir ao Pai, voltar ao seio da Santíssima Trindade, reocupar o seu trono à sua direita, reassumir a sua glória eterna, da qual havia se esvaziado para descer à terra e salvar-nos pela humilhação da cruz. Santo Agostinho ensina: “O Senhor Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu. [...] Isto foi dito para significar a unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo”.
O autor Carta aos Efésios nos diz a mesma coisa: o Pai pôs tudo debaixo dos pés de Jesus “e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (1,22). Na ascensão, Jesus assume o seu lugar de Cabeça deste corpo que somos nós. Assim como a cabeça está acima do corpo e o comanda, assim Jesus já está glorificado à direita do Pai e de lá nos chefia.
Nesta liturgia da palavra, aparece várias vezes o tema do poder e da autoridade. Em At, quando Jesus fala aos discípulos sobre o poder que será derramado sobre eles dentro de poucos dias, eles pensam que Jesus estava falando de dar um golpe político e assumir o poder no país, retomando o trono de Salomão e a monarquia desaparecida tantos séculos antes por causa das invasões dos estrangeiros. Jesus então lhes explica: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas”.
No Evangelho narrado por Mateus, Jesus diz aos apóstolos, ao subir ao céu: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Lucas já havia nos dito que, no episódio da tentação de Jesus no deserto, o diabo o levou a um alto monte e lhe disse: “Eu te darei este poder com a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e eu a dou a quem quiser” (Lc 4,6). Ora, se o poder no mundo tinha sido dado ao diabo, então quer dizer que, pelo mistério pascal, Jesus reassumiu o poder, retomou a autoridade que o diabo tinha até então. Por isso os discípulos não precisam ter medo com a partida de Jesus. Ele não vai deixar o mundo como o encontrou na sua primeira vinda. Agora tudo está diferente! O diabo não manda mais aqui, como antes. Jesus reconquistou o poder e ainda entregou esse poder aos discípulos. Para completar, afirma: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). A Carta aos Efésios ainda diz que o Pai fez Jesus se sentar “bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar” (1,21).
Os apóstolos receberam todos os poderes que Jesus tinha na terra em seu ministério: o poder de pregar a boa nova ao Reino, de curar todo tipo de mal e enfermidade, de expulsar os espíritos maus, de ressuscitar os mortos, de perdoar os pecados e de governar o povo eleito. O Senhor compartilha com seus servos os seus poderes. O Mestre compartilha com seus discípulos a sua autoridade. E garante que vai estar com eles, que eles não precisam temer.
Anteontem, a Igreja católica ganhou mais um sacerdote, o nosso amigo pe. Antoniel. Ele, depois de um longo período de formação, discernimento e preparação pastoral, foi ordenado presbítero, recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem: fez solenemente as promessas de viver como um separado do meio dos homens para o serviço exclusivo de Cristo na Igreja, no estado celibatário por amor ao Reino dos céus; recebeu a imposição das mãos do sucessor dos apóstolos, o bispo, e dos demais sacerdotes presentes; teve as mãos ungidas com o Crisma; recebeu a patena e o cálice para a celebração da Santa Missa; recebeu a autorização para ouvir o povo em confissão e ministrar a absolvição sacramental, celebrar a Unção dos enfermos e várias outras ações na Pessoa de Cristo Sumo Sacerdote. E pe. Antoniel será enviado a desempenhar muitas atividades na Igreja, para a glorificação de Deus e a salvação das almas.
O sacerdócio existe para que os fiéis possam também, já agora, experimentar uma “ascensão” como a de Jesus. Pelo Sacerdócio, o povo cristão se eleva, mediante a Palavra de Deus e o ensino da Igreja, pelo poder dos sacramentos e com a ajuda dos sacramentais. Sem o padre, a Igreja definharia. São João Maria Vianney afirmava que se um lugar ficasse sem a presença de um padre, em 20 anos o povo certamente começaria a adorar os animais. Porque o padre torna presente na terra o céu, santifica as almas e possibilita à humanidade realizar os seus mais profundos anseios de Deus.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

HOMILIA DO 4º DOMINGO DA PÁSCOA – PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO – PORTO SEGURO – ANO A – 15/05/2011

Irmãos e irmãs estamos já no 4º Domingo Pascal, parece ter sido ontem, que celebrávamos a grande a Vigília, onde cantávamos a uma só voz o Aleluia Pascal, glorificávamos a Deus pela ressurreição de seu Filho! Neste dia celebramos o “Domingo de Jesus, o bom Pastor”. Tal imagem era a que mais aproximava os cristãos das primeiras comunidades. E hoje, Jesus continua a pastorear a sua Igreja ao longo destes 21 séculos. Embora no céu continua a apascentar, a reger o sua grei, magnificament esta imagem transmite a relação entre Cristo e sua Igreja e entre Cristo e cada pessoa em particular.
A liturgia da palavra deste domingo apresenta-nos a imagem do “Bom Pastor”. Mas quem é o pastor? O pastor é um chefe e um companheiro. Um homem forte, capaz de defender o seu rebanho contra os animais selvagens; é também delicado com as suas ovelhas, conhece cada uma, o que o faz adaptar-se às diversas situações, levando-as em seus braços, tendo sentimentos de ternura por cada uma delas como se fossem suas filhas. A autoridade do pastor é indiscutível, pois se funda na entrega e no amor.
No Evangelho que ouvimos, há várias imagens relativas à figura do pastor. O aprisco, por exemplo: era um recinto cercado por muros de pedra, sobre os quais eram postos feixes de plantas espinhosas para impedir que as ovelhas saíssem e os ladrões entrassem. É bom frisar que, no tempo de Jesus, juntavam-se os rebanhos, ficando um único pastor a tomar conta das ovelhas, enquanto os outros iam dormir. De manhã, quando cada pastor se aproximava da porta, as ovelhas reconheciam imediatamente os passos e a voz, levantavam-se e seguiam-no, certas de serem conduzidas a pastagens de erva fresca e a oásis com água pura e abundante. Seguiam-no porque se sentiam amadas e protegidas, o pastor nunca as tinha desiludido ou traído.
Jesus Cristo é o pastor perfeito dado que dá a sua vida pelas ovelhas, o que lhe dá – o verdadeiro pastor – uma característica única: a ternura. Conhece as suas ovelhas pelo nome e chama-as «cada uma delas». Para Jesus não existem massas anônimas. Ele interessa-se por cada um dos seus discípulos, tem em conta os seus talentos, as suas virtudes e as fraquezas de cada um. Entende as dificuldades dos seus “filhos”, o que o faz não antecipar os tempos, não impor ritmos insustentáveis, mas considerar a condição de cada um, ajudando-os e respeitando-os.
Ele também diz: «Eu sou a porta». «Eu sou»: nada mais é do que a afirmação da sua divindade, à imagem do «Eu Sou Aquele que Sou». Quanto à porta, esta tem uma dupla função: deixa passar os donos da casa e impede a entrada aos estranhos (ladrões e salteadores). Sabeis como é descrito no Evangelho a obra do ladrão? Ele rouba, mata e destrói. Três verbos, que no fundo, resumem as obras da morte. Pelo contrário, a ação do pastor é descrita de forma totalmente diferente: o pastor vem trazer a vida e vida em abundância. Pela porta só passam os pastores, mas entram e saem também as ovelhas. Nesse sentido, só quem passa através de Jesus é que chega às pastagens verdejantes, encontra o pão que sacia e a água que brota para a vida eterna. Portanto, a Salvação está n’Ele e só n’Ele. Fora d’Ele, somos como «ovelhas desgarradas».
Jesus é a porta estreita porque pede a renúncia de cada um a si mesmo, o amor desinteressado pelos outros; mas é a única que conduz à vida, todas as outras são armadilhas, ratoeiras que levam a cair em abismos de morte: «larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele» (Mt 7, 13).
O que Jesus dizia era extremamente fácil e ia direto ao coração. Ele não veio para fazer discursos, mas para comunicar sua Vida para que todos tivessem vida e vida em abundância. A alegria do Pai é que demos frutos a partir dessa seiva de vida abundante à qual estamos unidos. João, ao falar sobre o pastor e as ovelhas, neste tempo pascal, revela-nos que a Ressurreição abre para todos a porta segura para as pastagens, isto é, a vida nova do Reino. Essa vida nova é a intimidade com o Pastor que, de Cordeiro ferido e sacrificado, se faz o Pastor do rebanho.
Jesus conta uma parábola cheia de símbolos muito ricos para o povo de Deus. Jesus se chama de Pastor em um relacionamento de proximidade com as ovelhas: Ele as conhece pelo nome e conduz para fora. Nós, os fiéis, não somos um número, somos pessoas amadas por Deus. As ovelhas o seguem porque conhecem sua voz. O relacionamento do Pastor com as ovelhas é de intimidade. Notamos que a religião não é negócio com Deus, uma troca, mas um mútuo conhecimento e um mútuo afeto. Esse modo de viver entre Pastor que conduz as ovelhas é o princípio da vida nova da Ressurreição. O bom Pastor – Jesus – quer dar a quem o segue um novo modo de vida que parte dele mesmo. Assume uma liderança diferente dos “assaltantes” que vieram antes dele. E quão grande o número de líderes que, infelizmente temos visto, tanto religiosos como fora da religião, que sugam as ovelhas em vista do interesse pessoal. É dessas lideranças que Jesus quer livrar seus queridos. Já no seu tempo Ele perde a vida para ser o bom Pastor. Mas há tantos padres, bispos e leigos que se entregam sem medida ao povo de Deus. São pastores com o Pastor.
Jesus usa uma imagem muito bonita para explicar como funciona a fé: o curral das ovelhas que tem uma só porta. Diz de si mesmo: Eu sou a porta para as ovelhas. Só há um modo de entrar no rebanho de Jesus, isto é, participar de sua comunidade: passando por Ele.
Toda a grei conhece o pastor que passa pela porta que é Jesus. Muitos usam Jesus, seu nome, suas palavras, até se alimentam d’Ele, mas não o seguem. Dão com a cara na porta ou perturbam as ovelhas. São ladrões e assaltantes. Vejam quantos não se aproveitam dos fiéis simples. São assaltantes! Não passaram por Jesus para chegar ao rebanho.
Jesus diz de si: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Jesus deu a vida para que todos tivessem vida. Se não damos a vida, damos com a cara na porta.

ORDENAÇÃO PRESBITERAL



03 DE JUNHO NA CATEDRAL DE EUNÁPOLIS/BA

sábado, 16 de abril de 2011

Sermão da Procissão do Encontro 19/04/11 - Belmonte/BA

Caríssimos irmãos e irmãs com esta procissão que realizamos queremos, a cada ano, relembrar a paixão e morte de Jesus Cristo através do doloroso encontro entre o Senhor dos Passos e Virgem Senhora das Dores. Nesta procissão a Igreja então reflete sobre o célebre Sermão das Sete Palavras, ou melhor, sete frases ditas por nosso Senhor Jesus na cruz.
Ao olharmos para essas duas imagens somos movidos a uma profunda conversão e sincera penitên-cia.
Contemplando-as, nossa atitude não pode ser outra senão a dum silêncio grande e profundo, dado que a imagem de Nosso Senhor dos Passos mostra-o com o rosto desfigurado, com a cruz às costas. E podemos nos perguntar sobre o porquê desta cruz!
Jesus carrega a cruz de nossos pecados, de modo especial do grande pecado social da indiferença; e que muitas vezes nós contribuímos para que ele cresça cada vez mais, quando discriminamos, ex-cluímos, desprezamos o aquele(a) que é nosso(a) irmão(ã). Ao receber a sua cruz, Jesus carrega os pecados e a cruz de cada um de nós.
Vemos na expressão dos rostos das imagens dor e sofrimento. OLHEMO-AS!
Algumas imagens de Nossa Senhora das Dores mostram-na abraçada a uma espada, lembrando cer-tamente a profecia de Simeão: “Uma espada de dor te traspassará a alma”.
Pensemos numa mãe que vê seu filho traspassado pela salvação de outros, e qual a resposta desses outros? De nós, por exemplo, qual nosso sinal de gratidão? Como buscamos corresponder a tal grande amor?
Meus irmãos e irmãs, contemplando este encontro, busquemos abrir nosso coração e nossa mente para os encontros que devemos fazer diariamente em nossa vida como todos aqueles marginalizados pela sociedade. Nosso Senhor Jesus Cristo, na clareza frente à missa que recebera do Pai, se põe na direção dos homens e com eles estabelece vários tipos de encontro: com as multidões, com os pe-quenos, individual com diversas pessoas. Dentre esses, vale-nos elencar alguns como:
- com as autoridades: civis, militares, religiosas, todas sentiram-se incomodadas com a pregação de Jesus. O viram como uma ameaça ao seu comodismo, com seus cuidados aos próprios interesses simplesmente, suas opressões ao povo; enquanto o plano de Deus é de estabelecer a justiça, da prá-tica do amor;
- com o povo: contrários à situação primeira, as pessoas simples, pobres, acorriam ao encontro de Jesus e tais encontros eram gratificantes para Ele, porque via uma multidão disposta a receber a sal-vação que Ele oferecia;
- com a samaritana: um encontro particular. Ela custa entender a atitude daquele judeu de falar com ela. Jesus lhe propõe a libertação. Desse encontro renasce a alegria, a esperança, a certeza de vida fecunda;
- com o leproso: estes eram obrigados a viver isolados, eram objetos de desprezo. E Jesus quebra o esquema, deixando que o leproso se aproximasse dEle. Para Ele impuro não é quem tem a doença de pele, mas quem fabrica a maldade em seu coração. A verdadeira impureza vem de dentro, não se vê. Lição para nós que costumamos classificar as pessoas como “boas” e “más”... ou mediante a simpatia e a antipatia que inspiram;
- com os discípulos: com estes Ele mantém um contato mais constante, deposita neles sua confiança, os instrui. Um o trai; outro se destaca pelo seu amor ardente a Jesus, mas não entende bem a proposta de Jesus e usa de violência; outro irá fraquejar, tirar o corpo fora.
Que seja para nós, esta procissão, grande ocasião de revermos nossa relação com Deus, nossa fide-lidade à Igreja, deixada a nós pelo próprio Cristo!
Reflitamos e rezemos, pois, com suas palavras na cruz:
Para os algozes que o levaram e prenderam à cruz Jesus roga ao Pai:
1. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!
"O Senhor nos diz em Sua Palavra para amarmos e orarmos por nossos inimigos. É Ele mesmo quem nos convida para aprendermos d'Ele a viver o perdão".
Ao ladrão arrependido Ele responde:
2. Hoje estarás comigo no paraíso.
"O Senhor nos convida para uma mudança de vida, para uma conversão concreta. E para recorrer-mos à Sua Misericórdia".
Ao discípulo amado e sua Mãe, ciente de ter cumprido sua missão, Ele manifesta:
3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe.
“João cuidou de Maria, mas ela amou muito mais a esse discípulo. Hoje, Jesus está dizendo: 'Mãe eis aí os teus filhos'. Jesus está entregando você agora a Virgem Maria, ao coração dela. Se deixe ser cuidado por ela. Entregue sua família, seus negócios, suas dores, todo o seu ser a ela. Pede à mãe, que o filho atende!”
Ao Pai, numa total manifestação de sua humanidade, rogou:
4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?!
“Orar não é dizer belas palavras ao Senhor, mas é abrir o coração. Esse grito pode ser assumido em nossas realidades: 'Porque eu te abandonei Senhor? Porque escolhi estar longe?' É a dor de quem abandonou e quer voltar. Que as dores de nosso Senhor e da Virgem Maria provoquem em nós con-trição, e a resposta de nosso coração de voltarmos à vontade do Pai” .
Mais uma vez manifesta sua humanidade diante os soldados:
5. Tenho sede!
“Jesus experimentou a dimensão humana. Ele sabe o que é sofrer e conhece as dores que você tem. Ele tem sede de almas puras, de homens e mulheres bons que O sigam. Tem sede de você, filho, filha. Ele está te chamando! É nossa santidade de vida que vai matando a sede de Deus. Diga ao Senhor da sede que você tem, e deseje matar esta sede”.
Tendo clareza de haver cumprido fielmente a vontade do Pai, reza em louvor:
6. Tudo está consumado!
"Nada n'Ele há de belo ou atraente. Ele nada resguardou para si, para salvar a humanidade. Renova em nós a graça da fidelidade Senhor, para que possamos ir até o fim por amor, como o Senhor foi. Pela força do alto, do Espírito Santo!”
No culminar de sua Missão, ao fazer-se Homem junto a nós, pôde rezar ao Pai:
7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!
"Diante disso, não se tem mais nada a dizer. É hora de olhar para Jesus. O Sangue que resta ainda escorre pelo Corpo. Cabeça inclinada... Ele está morto.
A natureza toda para. Os soldados olham para Ele, nossa Senhora e João também, porque o Eterno morreu para que todos pudessem ter vida e vida em abundância.
Jesus entregou o espírito, tudo está no controle de Deus. A morte foi vencida. Não precisamos nos desesperar. Tudo está no controle de Deus. Silenciemos sem nos desesperar”.
Com esta procissão temos a convicção de que a dor e o sofrimento humanos são povoados por uma presença materna; de que a dor e o sofrimento das mães são preenchidos e habitados por uma pre-sença divina. Assim, nenhuma lágrima humana cai no vazio, no sem-sentido. Não! Todas as lágrimas dispensadas por nós, filhos e filhas muito amados de Deus, são recolhidas e guardadas no Seu coração. A ternura corajosa de Maria, vencendo a brutalidade hedionda daquele cortejo de subida de três condenados ao Calvário, comoveu o Céu para sempre... Naquele encontro o Céu também ganhou uma Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Uma Mãe compassiva. Neste momento, resplandeceu já a vitória da Ressurreição... Mas... Ainda que não tivesse se dado a Ressurreição, graças a este encontro de Jesus sofredor com Maria desolada no caminho para o Calvário, sabería-mos do sentido da dor e do sofrimento do Filho do Homem e de todos os homens: tal sentido reside no amor, no amor expresso nos olhares cruzados de Jesus e Maria... Oxalá também nós, em nossas via-crucis cotidianas, cruzemos o nosso olhar com os olhares de Jesus e Maria... Então o sentido brilhará. Então a salvação entrará em nossa casa!
Estando confiados ao escapulário da Virgem do Carmo não podemos deixar de pensar na pessoa da Mãe neste encontro, que ora rememoramos. Maria vê seu Filho no caminho do Calvário, condenado a morrer pregado na cruz! E neste caminho, o encontro especial: Jesus encontra-se com Maria. O Filho, em direção ao lugar do sacrifício, encontra-se com a mão dolorosa. Encontro confortador! Presença da mãe, certeza da mão amiga, garantia de solidariedade.
A mãe de Jesus acompanha o processo desumano e injusto de condenação de seu filho. Queria des-pedir-se de seu filho, junto com as pessoas amigas, espera o filho em algum ponto do calvário. Ao aproximar-se o triste cortejo, ela abre caminho e encontra-se com seu filho.
Nenhuma palavra! Falaram os olhos, falou o coração! Mãe e Filho se olham. Quanta dor, quanto sofrimento. O filho está desfigurado, a mãe angustiada! Maria repassa o nascimento, a infância e os anos da juventude do Filho. Relembra também os encontros e desencontros dos homens com Jesus durante sua vida pública. Como não vislumbrar-se, louvar a Deus por tão grande dádiva – a mater-nidade!? E hoje, quantas mulheres vemos, que movidas por um egoísmo exacerbado, desmedido, anticristão, ou ainda impulsionadas por um homem que diz lhe amar, não hesitam em descartar uma ou até mais de uma vida, dom mais sublime do amor de Deus, em nome de uma falsa liberdade.
Louvado seja Deus, porque Maria, não olhou para si, não foi egoísta a ponto de pensar a possibili-dade criminosa do aborto! Que seria de nós, se tal arbitrariedade tivesse sido cometida por ela?
Que com este encontro entre com Jesus e Maria, possamos ter aprendido a abrir o nosso coração para encontramos com os excluídos de nossa sociedade. Afinal Maria e Jesus continuam renovando o seu encontro nas suas atuações nos dias de hoje!
Oremos: Ó Virgem, Mãe e Serva, Senhora do Carmo, Auxiliadora, de Aparecida..., tu que soubestes estar do lado do teu Filho nas horas difíceis, dá-nos forças para que também, saibamos reconhecer e ajudar nossos irmãos sofridos na certeza de que ao fazermos isso estamos reconhecendo seu Filho Jesus presente nos irmãos. Assim seja. Amém!

segunda-feira, 14 de março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

IURD paga indenização e pensão após exorcismo forçado

A edição de 26/02/2011de “A Tribuna”, um dos jornais de maior circulação no Espírito Santo, na página 17 do Caderno Cidades trouxe uma reportagem que julguei por bem, ainda que de forma sucinta, reproduzi-la, dado que toca numa questão de suma importância para líderes religiosos – os exageros e materialismo daquilo que é dom de Deus em Jesus Cristo, dado àqueles a quem Ele Mesmo elege como continuadores de sua missão – o poder de cura por meio de uma fé profunda.
O fato – perca de 60% dos movimentos do braço esquerdo, que foi quebrado por um pastor durante um ritual de exorcismo – ocorrido há 12 anos na IURD (Igrej Universal do Reino de Deus) do bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha-ES, somente no ano passado foi sanado quando uma salgadeira de 55 anos começou a receber o dinheiro devido. “Desde que teve o braço quebrado,em 1999, a salgadeira entrou em acordo com alguns membros da igreja, que chegaram a ir até a casa dela depois do incidente para pedir que não processasse a instituição e voltasse a frequentar os cultos. em troca, segundo o advogado Jânio Colnago, eles ofereceram cestas básicas à salgadeira.” “O pastor jogou o braço esquerdo dela contra uma cruz de madeira, o que fez com que caísse no chão e tivesse o braço quebrado”, lembrou ainda Colnago.
“Colnago explicou que a salgadeira aceitou o acordo porque, como perdeu os movimentos do braço – o que, segundo ele, foi comprovado por laudo médico -, teve que parar de trabalhar”.
Mas conforme ainda, o advogado, “na época a salgadeira não recebeu nem cinco cestas básicas e os membros da igreja nunca mais a procuraram”, o que a fez processar a igreja por danos morais em 2000. Segundo ainda Colnago, “além de ter perdido os movimentos do braço, a salgadeira foi humilhada por fiéis da igreja, que pediram seu afastamento por julgarem a postura dela incorreta”.
“Em 2003, uma sentença da Justiça determinou que a igreja indenizasse a salgadeira em R$ 150 mil e pagasse uma pensão vitalícia de 60% do salário mínimo – percentual equivalente ao que ela perdeu de movimento no braço”. A igreja recorreu, mas em 2009 a Justiça confirmou a sentença.
Caríssimos irmãos e irmãs, fiquemos atentos à vinda de falsos profetas e pastores como nos atesta a Sagrada Escritura!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jesus, dono de um olhar que transforma

Em meio aos nossos sentidos um deles se destaca sobre os demais, pois vai além de nosso corpo, ultrapassa espaços, ocupa outros por si mesmo, estou falando de nosso olhar. Sempre estamos a olhar algo ou alguém! O triste que, muitas vezes, esse olhar só vê a parte não tão boa das pessoas, que costumeiramente, definimos como negativa. Vale lembrar que tal realidade refere-se ao nosso olhar, que não é necessariamente o do outro.
Diante disso, podemos nos questionar como seria o olhar de Deus, Ele que nos criou e, permitiu a muitos este dom caríssimo, poder ver e contemplar as criaturas bem como o ambiente onde elas foram postas!
Nas Sagradas Escrituras vemos muitas passagens de muitos personagens que puderam experimentar o olhar de Deus e por ele foram iluminados. Ser olhado pelos olhos de Deus é uma experiência diversa, pois no livro da Sabedoria lemos que "os olhos de Deus são diferentes dos nossos".
Em são Mateus 5, por exemplo, vemos o olhar de Jesus às multidões, olhar tal no qual se expressa seu sentimento de compaixão por aqueles que estão desnorteados, sem rumo e com esse olhar revela à multidão o espírito novo do Reino de Deus ao revelar suas bem-aventuranças. Ao encontrar-se com Zaqueu em são Lucas, o olhar que Jesus dispensa a este homem desvenda a extensão de sua misericórdia – nenhum estado de vida é conflitante com o dom da salvação. Quando olha para o centurião, Jesus, com este olhar, vê o tormento daquele homem que manifestava decência, o que O faz revelar sua capacidade curadora ao servo acamado, isso por meio de uma só palavra!
E o jovem rico? A este, na pessoa de Jesus, Deus manifesta-se através de um olhar que demonstra amor e, muito mais, demonstra a dádiva da vida eterna, propicia ao jovem despir-se de toda ciência bem como toda ostentação de luxo, poder e riqueza e dá ao mesmo a chance de ganhar a vida plena. Da mesma forma, olhando a Maria Madalena, não a vê como pecadora, já condenada pelos homens, mas sonda a ocasião de restaurar-lhe em sua dignidade e lhe devolve a paz! Não há como esquecer o olhar de Jesus manifestado a Judas, um olhar de amor e certeza frente ao beijo traidor que posteriormente receberia.
Recordemos também os olhares de Jesus a Pedro, frente à fogueira, por exemplo, ali Jesus transmite um olhar seguro àquele que noutra ocasião prometera nunca abandoná-lo e Pedro chora amargamente; sem deixar de falar na praia, onde Jesus expõe o perdão à alma incriminada, manifestando mais uma vez, seu pleno amor, sem rancor, sem mágoas, mas pelo contrário, confere a Pedro um lugar de honra.
Por fim, não poderíamos deixar de comentar, ainda que de forma muito simples, o olhar de Jesus ao Pai, na tão conhecida narrativa de são Lucas “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”. Nesta frase da Paixão vemos uma frequência nos discursos de Jesus, o uso constante de expressões antropomórficas, ou seja, referindo-se a Deus, seu Pai, muitas vezes como um ser humano, que O pensa com todos os órgãos humanos, fazendo-nos entender que sua divindade comunica-se a nós ajustando-se a nossos traços humanos.
Oxalá pudéssemos, a cada dia experimentar profundamente o ser olhados por Deus, e mais, transmitir este mesmo olhar àqueles que vêm a nós, que estão a nossa volta, que necessitam de um olhar fraterno, amigo e amoroso, como o de Deus a nós! Um olhar de misericórdia, de ternura, compaixão, não de julgamento ou mesmo condenação!