quinta-feira, 23 de junho de 2011

HOMILIA NA SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR – 05/06/2011

PRIMEIRA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PRESIDIDA PELO PE. FR. ANTONIEL DE ALMEIDA PEÇANHA,MsS
SÃO SALVADOR – PRESIDENTE KENNEDY-ES
Pe. Juliano R. Almeida
Clero Diocesano de Cachoeiro de Itapemirim-ES
Irmãos e irmãs
A Igreja nos convida hoje a celebrar a solenidade da ascensão do Senhor Jesus, isto é, a sua subida gloriosa ao céu depois de se mostrar com seu corpo ressuscitado aos discípulos até quarenta dias depois da Páscoa. Já no dia da ressurreição, no jardim do sepulcro, ele disse a Maria Madalena: “Não me toques, pois ainda não subi ao Pai” (Jo 20,17).
A meta da vida de Jesus era subir ao Pai, voltar ao seio da Santíssima Trindade, reocupar o seu trono à sua direita, reassumir a sua glória eterna, da qual havia se esvaziado para descer à terra e salvar-nos pela humilhação da cruz. Santo Agostinho ensina: “O Senhor Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu. [...] Isto foi dito para significar a unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo”.
O autor Carta aos Efésios nos diz a mesma coisa: o Pai pôs tudo debaixo dos pés de Jesus “e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (1,22). Na ascensão, Jesus assume o seu lugar de Cabeça deste corpo que somos nós. Assim como a cabeça está acima do corpo e o comanda, assim Jesus já está glorificado à direita do Pai e de lá nos chefia.
Nesta liturgia da palavra, aparece várias vezes o tema do poder e da autoridade. Em At, quando Jesus fala aos discípulos sobre o poder que será derramado sobre eles dentro de poucos dias, eles pensam que Jesus estava falando de dar um golpe político e assumir o poder no país, retomando o trono de Salomão e a monarquia desaparecida tantos séculos antes por causa das invasões dos estrangeiros. Jesus então lhes explica: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas”.
No Evangelho narrado por Mateus, Jesus diz aos apóstolos, ao subir ao céu: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”. Lucas já havia nos dito que, no episódio da tentação de Jesus no deserto, o diabo o levou a um alto monte e lhe disse: “Eu te darei este poder com a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e eu a dou a quem quiser” (Lc 4,6). Ora, se o poder no mundo tinha sido dado ao diabo, então quer dizer que, pelo mistério pascal, Jesus reassumiu o poder, retomou a autoridade que o diabo tinha até então. Por isso os discípulos não precisam ter medo com a partida de Jesus. Ele não vai deixar o mundo como o encontrou na sua primeira vinda. Agora tudo está diferente! O diabo não manda mais aqui, como antes. Jesus reconquistou o poder e ainda entregou esse poder aos discípulos. Para completar, afirma: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). A Carta aos Efésios ainda diz que o Pai fez Jesus se sentar “bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar” (1,21).
Os apóstolos receberam todos os poderes que Jesus tinha na terra em seu ministério: o poder de pregar a boa nova ao Reino, de curar todo tipo de mal e enfermidade, de expulsar os espíritos maus, de ressuscitar os mortos, de perdoar os pecados e de governar o povo eleito. O Senhor compartilha com seus servos os seus poderes. O Mestre compartilha com seus discípulos a sua autoridade. E garante que vai estar com eles, que eles não precisam temer.
Anteontem, a Igreja católica ganhou mais um sacerdote, o nosso amigo pe. Antoniel. Ele, depois de um longo período de formação, discernimento e preparação pastoral, foi ordenado presbítero, recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem: fez solenemente as promessas de viver como um separado do meio dos homens para o serviço exclusivo de Cristo na Igreja, no estado celibatário por amor ao Reino dos céus; recebeu a imposição das mãos do sucessor dos apóstolos, o bispo, e dos demais sacerdotes presentes; teve as mãos ungidas com o Crisma; recebeu a patena e o cálice para a celebração da Santa Missa; recebeu a autorização para ouvir o povo em confissão e ministrar a absolvição sacramental, celebrar a Unção dos enfermos e várias outras ações na Pessoa de Cristo Sumo Sacerdote. E pe. Antoniel será enviado a desempenhar muitas atividades na Igreja, para a glorificação de Deus e a salvação das almas.
O sacerdócio existe para que os fiéis possam também, já agora, experimentar uma “ascensão” como a de Jesus. Pelo Sacerdócio, o povo cristão se eleva, mediante a Palavra de Deus e o ensino da Igreja, pelo poder dos sacramentos e com a ajuda dos sacramentais. Sem o padre, a Igreja definharia. São João Maria Vianney afirmava que se um lugar ficasse sem a presença de um padre, em 20 anos o povo certamente começaria a adorar os animais. Porque o padre torna presente na terra o céu, santifica as almas e possibilita à humanidade realizar os seus mais profundos anseios de Deus.

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